A Dança do Destino
Thamires Souza
A vida, essa dançarina imprevisível, nos leva em um
turbilhão de passos incertos. Às vezes, tropeçamos, caímos, e a poeira da
frustração nos cobre. Olhamos para trás e vemos um rastro de escolhas erradas,
de oportunidades perdidas, de sonhos desfeitos. É fácil, nesse momento, sentir
que a vida nos conduz para um destino cruel, traçado por mãos invisíveis que
nos manipulam.
Mas a verdade é que, mesmo em meio aos escombros
daquilo que deu errado, existe uma chama acesa dentro de nós: a vontade de
escolher, de definir nosso próprio caminho. É a força que nos impulsiona a
levantar, a sacudir a poeira e olhar para frente. É a decisão de não sermos
reféns do passado, de não nos deixarmos moldar pelas cicatrizes que carregamos.
Cada um de nós tem a capacidade de escolher o ritmo
da nossa dança, de definir os passos que queremos dar. A vida pode nos
apresentar desafios, nos jogar obstáculos, mas cabe a nós escolher como reagir,
como superar.
Eu, por exemplo, carrego as marcas de uma jornada
tortuosa. Escolhas equivocadas, momentos de fraqueza, erros que me deixaram com
o coração em pedaços. Mas, em meio à dor, descobri um caminho diferente, um
caminho que me levava de volta para mim mesmo.
Abracei a bondade, mesmo que ela parecesse um fardo
pesado demais para carregar. Abracei a força que me impulsionava a seguir em
frente, mesmo que ela estivesse em frangalhos. Escolhi, com todas as minhas
forças, ser o maestro da minha própria história, mesmo que a partitura
estivesse rabiscada e cheia de notas desafinadas.
A vida não nos entrega um manual de instruções, não
nos diz o que fazer ou como ser. Mas nos dá a liberdade de escolher. De
escolher a compaixão em vez do ódio, a esperança em vez do desespero, a luz em
vez da escuridão.
Somos seres em constante transformação, em constante
movimento. E, no palco da vida, cabe a cada um de nós escolher o papel que
queremos interpretar. Podemos escolher ser vítimas das circunstâncias ou
protagonistas da nossa própria história. Podemos escolher ser definidos pelas
nossas feridas ou sermos moldados pela nossa capacidade de superação.
A escolha é nossa. E a dança do destino, meu amigo,
só tem um ritmo: o que decidimos dar a ela.

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