quinta-feira, 6 de junho de 2024

A Dança do Destino

 


A Dança do Destino

Thamires Souza

 

A vida, essa dançarina imprevisível, nos leva em um turbilhão de passos incertos. Às vezes, tropeçamos, caímos, e a poeira da frustração nos cobre. Olhamos para trás e vemos um rastro de escolhas erradas, de oportunidades perdidas, de sonhos desfeitos. É fácil, nesse momento, sentir que a vida nos conduz para um destino cruel, traçado por mãos invisíveis que nos manipulam.

Mas a verdade é que, mesmo em meio aos escombros daquilo que deu errado, existe uma chama acesa dentro de nós: a vontade de escolher, de definir nosso próprio caminho. É a força que nos impulsiona a levantar, a sacudir a poeira e olhar para frente. É a decisão de não sermos reféns do passado, de não nos deixarmos moldar pelas cicatrizes que carregamos.

Cada um de nós tem a capacidade de escolher o ritmo da nossa dança, de definir os passos que queremos dar. A vida pode nos apresentar desafios, nos jogar obstáculos, mas cabe a nós escolher como reagir, como superar.

Eu, por exemplo, carrego as marcas de uma jornada tortuosa. Escolhas equivocadas, momentos de fraqueza, erros que me deixaram com o coração em pedaços. Mas, em meio à dor, descobri um caminho diferente, um caminho que me levava de volta para mim mesmo.

Abracei a bondade, mesmo que ela parecesse um fardo pesado demais para carregar. Abracei a força que me impulsionava a seguir em frente, mesmo que ela estivesse em frangalhos. Escolhi, com todas as minhas forças, ser o maestro da minha própria história, mesmo que a partitura estivesse rabiscada e cheia de notas desafinadas.

A vida não nos entrega um manual de instruções, não nos diz o que fazer ou como ser. Mas nos dá a liberdade de escolher. De escolher a compaixão em vez do ódio, a esperança em vez do desespero, a luz em vez da escuridão.

Somos seres em constante transformação, em constante movimento. E, no palco da vida, cabe a cada um de nós escolher o papel que queremos interpretar. Podemos escolher ser vítimas das circunstâncias ou protagonistas da nossa própria história. Podemos escolher ser definidos pelas nossas feridas ou sermos moldados pela nossa capacidade de superação.

A escolha é nossa. E a dança do destino, meu amigo, só tem um ritmo: o que decidimos dar a ela.

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