"Sobre a Tirania do Tempo"
Desejo traçar letras sem temer o amanhã,
Mas juízes invisíveis espreitam em cada esquina.
O sábio de outrora cedeu seu trono a um tolo,
Que na periferia, ao colo materno, provou ser um erudito.
Não nos detenhamos em perdas passadas,
Elas não são o cerne do meu ser.
Desprezo os narcisos em seu reflexo vão,
Com a sombra da morte a espreitar meus dias efêmeros.
Por tempos ocultei um gigante por trás de um arbusto,
Ou, quem sabe,
Um sentimento velado por ira, tormento e mágoa.
O medo se entranha, sussurra no silêncio e nas entrelinhas.
Ainda busco o propósito da existência,
Se é para rir, chorar ou permanecer desamparado.
A vida, aos poucos, revela que entre tantas crueldades,
O amor reside nos menores gestos.
Se o espaço se esgotar, não buscarei consolo, mas novos mundos.
Rirei, vagando por um cosmos de cometas.
Testemunharei universos em seu dilema cósmico,
E estrelas nascendo, com fulgor que espelha teu olhar.
Tuas palavras me envolvem como o calor do núcleo planetário.
Talvez seja isso, és um astro a brilhar a léguas de poesia.
Cada verso constrói uma ponte para te alcançar,
Cada um narra como hei de te encantar, com a graça de um pássaro ao te encontrar.
Mas não me vejas como um sonhador perdido em ilusões.
Conheço a aspereza da realidade, sei que nem tudo é esplendor.
Conheço teus medos, tuas falhas e tuas dores.
Sei que não és perfeita, mas para mim, és a perfeição.

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