domingo, 30 de junho de 2024

 "Sobre a Tirania do Tempo"



Desejo traçar letras sem temer o amanhã,

Mas juízes invisíveis espreitam em cada esquina.

O sábio de outrora cedeu seu trono a um tolo,

Que na periferia, ao colo materno, provou ser um erudito.


Não nos detenhamos em perdas passadas,

Elas não são o cerne do meu ser.

Desprezo os narcisos em seu reflexo vão,

Com a sombra da morte a espreitar meus dias efêmeros.


Por tempos ocultei um gigante por trás de um arbusto,

Ou, quem sabe,

Um sentimento velado por ira, tormento e mágoa.

O medo se entranha, sussurra no silêncio e nas entrelinhas.


Ainda busco o propósito da existência,

Se é para rir, chorar ou permanecer desamparado.

A vida, aos poucos, revela que entre tantas crueldades,

O amor reside nos menores gestos.


Se o espaço se esgotar, não buscarei consolo, mas novos mundos.

Rirei, vagando por um cosmos de cometas.

Testemunharei universos em seu dilema cósmico,

E estrelas nascendo, com fulgor que espelha teu olhar.


Tuas palavras me envolvem como o calor do núcleo planetário.

Talvez seja isso, és um astro a brilhar a léguas de poesia.

Cada verso constrói uma ponte para te alcançar,

Cada um narra como hei de te encantar, com a graça de um pássaro ao te encontrar.


Mas não me vejas como um sonhador perdido em ilusões.

Conheço a aspereza da realidade, sei que nem tudo é esplendor.

Conheço teus medos, tuas falhas e tuas dores.

Sei que não és perfeita, mas para mim, és a perfeição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

“Cartas que eu nunca enviei”

1. O peso do silêncio Há dias em que o corpo anda, mas a alma fica. Dias em que o riso vem automático, só pra cumprir o papel social de esta...