Nas sendas do deserto
Somos pequenos grãos, perdidos na imensidão das dunas. Poeira leve, que ao vento dança e canta sua canção. Se cruzas meu caminho apressado, eu te ferirei. Cegarei teus olhos por um breve momento, um incômodo, talvez, mas suficiente para deixar uma marca.
Dizer para não alcançar os sonhos soa insano, mas há razão em preparar-se antes de correr ao deserto. Nesse vasto vazio, onde a solidão é companhia constante, pode-se perder em tempestades ou ser seduzido por miragens, ilusões passageiras que oferecem consolo efêmero.
Desviar-se do propósito, optando pelo prazer momentâneo, é deixar o objetivo escapar. É sentir o gosto amargo da derrota, ver o pódio inalcançável, sabendo que a escolha foi tua, a dor autoinfligida. E nessa dor, encontrarás a verdade: estamos aqui porque queremos, porque a busca é nossa essência, e cada ferida é um lembrete de que ainda estamos vivos, lutando contra a vastidão implacável do deserto.

Nenhum comentário:
Postar um comentário