domingo, 12 de janeiro de 2025

 • 𝗘𝘀𝗰𝘂𝗿𝗶𝗱𝗮̃𝗼 

No abismo da escuridão, estou perdida,
Tateio o vazio, busco um rosto, uma mão,
Mas só encontro o eco do meu próprio medo,
A respiração trêmula da solidão.

Esqueço que sou minha própria chama,
Que no breu ainda há faíscas a arder,
Mas meu brilho se apaga em lamentos,
Minha luz, trêmula, parece ceder.

Toda escuridão esconde uma fresta,
Toda sombra já foi claridade,
Mas e se o céu se esquecer das estrelas?
E se tempestade o mar se afogar na própria?

E se eu for apenas um vulto sem dono,
Um fantasma arrastado pelo tempo?
Se a sombra que carrego para meu próprio reflexo?
Se a dor é o que restou de um sentimento?

Seja sua luz, me disse um dia,
Mas como brilhar se o medo me cega?
Se a noite sussurra promessas vazias,
Se as sombras me tomam e a vida me nega?

Ainda assim, tento. Tropeço. Insisto.
Porque talvez, só talvez,
No último fio da escuridão,
Haja um lampejo esperando por mim.

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