Cacos da Alma
Sem paz, a alma em desalinho,
Um sufoco mudo, um áspero caminho.
Pensamentos em turbilhão, sem fim, sem dó,
E o peito, um fardo, um nó.
O mundo inteiro em meus ombros a pesar,
Sem ter sequer onde me apoiar.
Sem pilares, a estrutura a ruir,
A força antiga já não quer sorrir.
Sozinha e frágil, em cacos me vejo,
Um quebra-cabeça sem almejo.
Tentar juntar? Os pedaços sumiram,
Poeira ao vento, que os dias consumiram.
E como renascer, me pergunto em vão,
Com tão pouco de mim na palma da mão?
Esgotada, a energia se esvai,
Motivação morta, um melancólico ai.
Vontade ausente, só a dor persiste, Firme, latejante, e ninguém a assiste.
Mesmo em multidões, um ermo em meu ser,
Um vazio profundo, difícil de preencher.
Seguir tentando, um fardo sem igual,
Às vezes, só parar. Um instante. Um sinal.
Respirar fundo, sem nada a temer,
Ou sumir um pouco, só para ver...
Se a ausência ecoa, se alguém vai notar.
Mas no íntimo, o anseio é outro lugar:
Queria mesmo era me encontrar de novo,
Resgatar a essência, tecer um renovo.
Mas o mapa da alma, não sei decifrar,
Perdida em mim, sem saber por onde começar.
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