domingo, 15 de junho de 2025

Eu Mereço?


Eu mereço ser amada?
Com aquele amor que não escorre pelos dedos
nem se esconde atrás de promessas vazias.
Aquele amor que aquece o peito
mas também deixa borboletas no estômago —
não as da ansiedade,
mas as da alegria inesperada.
Aquele amor que não grita,
mas também não some.

Mas será que ele existe pra mim?

Porque tudo que amei virou ausência.
Toda chama virou fumaça.
E toda promessa foi feita com tinta de sangue que nunca secou.

Eu mereço ser amada?
Por alguém que não fuja quando vê a minha sombra.
Que não tenha medo do escuro que carrego nos olhos,
do abismo que mora na minha calma.

Quero um amor que me toque com coragem,
que entre na minha vida sem pedir licença,
mas saiba sair se for pra me ferir.
Um amor que não me quebre mais do que já estou.

Mas talvez…
Talvez eu tenha nascido pra sentir pela metade.
Pra ser o palco onde o amor ensaia,
mas nunca estreia.

Diz pra mim:
eu mereço ser amada?
Ou meu coração foi feito só pra sangrar bonito,
em versos que ninguém responde?


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