domingo, 20 de outubro de 2024

Carta aberta aos meus sentimentos,  

  

Vocês, que me torturam sem descanso, que se agarram à minha alma quando mais preciso de paz. Vocês, que me roubam o sono e até o apetite, me deixando apenas com a inquietude que ecoa no peito. São vocês que me fazem duvidar de tudo, de todos, até de mim mesma. São vocês que vestem a desconfiança como um véu sobre meus olhos, e por onde eu olho, vejo apenas sombras, mesmo onde há luz.

Vocês, que me deixam sozinha, mesmo quando cercada de pessoas. Que, com o peso que carregam, empurram para longe quem tenta se aproximar, como se a minha dor fosse uma barreira intransponível. Eu sinto a solidão como uma brisa fria, vinda de dentro, mesmo em meio a risos e vozes.  

São vocês que me fazem recolher, esconder-me dentro de mim, onde ninguém pode me encontrar. Recolho-me não porque desejo, mas porque não me sinto bem. Porque, ao abrir os olhos para o mundo, tudo parece pesado demais, distante demais.    

Gostaria de saber o porquê de sua presença constante, qual é o seu propósito em me assombrar. Tento entender se há uma lição oculta, ou se vocês são apenas reflexos do caos que ainda não aprendi a organizar.  

Mas, mesmo assim, escrevo para vocês. Porque é isso que resta. Porque, mesmo em meio a essa tormenta, há algo em mim que ainda busca diálogo, que ainda busca alguma forma de paz, mesmo que breve. Se ao menos pudessem me dar algum alívio, algum entendimento...  

E quem sabe, talvez, um dia, eu encontre a chave para acalmar vocês.  

Com sinceridade,  

Eu.

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