segunda-feira, 16 de junho de 2025

 

Apenas uma loucura com teu nome...

Como é que eu digo que amo,
se nem sei o que o amor é?
Talvez isso tudo não passe
de uma louca obsessão disfarçada de poesia,
de um grito calado que rima o teu nome
em todas as noites que eu tento te esquecer —
e falho.

Você tem alguém.
E eu? Eu não tenho nem a mim.
Não tenho o direito de atravessar tua paz
com a minha tempestade de sentimentos tortos.
Não posso bagunçar teu mundo com esse querer doente
que se alimenta do pouco que você me dá.

Mas ainda assim, me contento.
Com tuas migalhas,
com tuas respostas espaçadas,
com tua presença ausente
que queima mais do que aquece.

Você sorri e eu sangro.
Você vive e eu te espero —
como se, um dia, teu caminho esquecesse o rumo
e tropeçasse no meu.
Mas você não tropeça.
Você voa.

Enquanto isso, eu finjo não amar.
Chamo de afeto, de cuidado, de amizade mal resolvida.
Mas é amor.
É amor doente, desajustado, trancado a sete chaves
no porão da minha alma,
onde tua sombra dança comigo todas as madrugadas.

Talvez eu te ame.
Ou talvez eu só esteja apaixonada
pelo vazio que você preenche em mim
quando aparece.

E mesmo sabendo que nunca será meu,
me calo.
E fico.
Por perto.
Por pouco.
Por ti.

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