Foi Loucura...
Lembra de quando a gente se conheceu?
Dois corpos estranhos no mesmo mundo torto,
cada um lidando com seus fantasmas —
mas você, tão diferente de mim,
me pareceu familiar de um jeito assustador.
A nossa aproximação foi brusca, quase errada.
Fogo e água, dissonantes demais pra coexistir.
Mas ainda assim, existimos.
Por um tempo,
num espaço que era só nosso —
feito de caos e tentativa.
Eu te apoiei, eu sei.
Te empurrei pra vida, te incentivei a viver.
Mas, no fundo,
sempre houve uma esperança escondida:
de que essa vida que você fosse viver…
tivesse um lugar pra mim também.
Quis colar teus cacos,
mas também queria que você me ajudasse com os meus.
Esse sentimento me rasga.
Me bagunça por dentro,
se mistura com tudo que já quebrei —
e continua me ferindo de maneiras novas.
Ainda assim, estou aqui.
Sempre que você precisar.
Mesmo que seja pra te ver ir,
mesmo que doa te ver viver longe de mim.
Eu não serei aquela que vai te impedir de ser feliz.
Só vou tentar te lembrar
quando a dor chegar.
Porque te ver sangrar é como sangrar em silêncio.
E eu já sangro faz tempo, você sabe.
Amar você —
nessa intensidade silenciosa, nessa entrega sem retorno —
foi a loucura mais louca que poderia acontecer comigo.
E foi minha. Só minha.
São tantos os empecilhos.
Tantas as diferenças.
Tantas as entrelinhas que nos impedem de acontecer.
Mas tudo bem.
A gente segue vivendo.
Separados.
Com o mesmo nó na garganta.
Com o mesmo amor que não se fala,
mas também não some.
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