Tá…sabe quando parece que tudo tá pesando demais e você nem entende direito o porquê? Tipo, você tenta seguir o dia, conversa, ri um pouco, faz o que precisa fazer… mas no fundo, tem algo apertando o peito, como se algo tivesse quebrado por dentro e você nem soubesse quando foi. Às vezes eu deito e fico só olhando pro teto, sentindo o silêncio gritar. Dá uma vontade de chorar, mas nem sempre sai. E quando sai, parece que as lágrimas não aliviam, só cansam mais.
É estranho, porque eu tento mostrar que tá tudo bem, mas não tá. Fico fingindo que nada me afeta, mas, no fundo, parece que cada coisinha acumula, vai me corroendo, sabe? É tipo um vazio que chega de mansinho, e quando vejo, já tá tomando conta. Aí eu fico ali, pensando… quando foi que tudo começou a desandar? Por que parece que nada mais tem graça?
Não é drama, é só cansaço. É só vontade de respirar sem esse peso no peito. Eu só queria entender o que aconteceu comigo — quando é que eu comecei a me perder de mim mesmo… mas é difícil colocar em palavras, sabe? Parece que quanto mais eu tento explicar, mais confuso fica. Tipo, tem dias que eu tô bem, sorrindo, falando com todo mundo, e do nada vem aquele nó na garganta, aquela sensação de que tudo vai desabar outra vez. E eu fico ali, disfarçando, rindo de piada sem graça, tentando convencer os outros — e a mim mesmo — de que tá tudo sob controle.
Mas não tá. Eu sinto isso o tempo todo, um peso invisível, uma exaustão que não tem nome. É como se eu estivesse lutando contra algo que não sei nem o que é. E o pior é que ninguém percebe. As pessoas acham que é só fase, que é drama, que vai passar. Mas elas não veem o tanto de esforço que é só levantar da cama e fingir normalidade.
Tem hora que eu só queria alguém pra ouvir, sem tentar consertar nada, sem me dizer pra “pensar positivo”. Só ouvir, sabe? Porque às vezes eu nem quero solução, eu só não quero sentir que tô sozinho nisso. Eu só quero poder falar tudo o que tá preso aqui dentro sem medo de parecer fraco.
E, no fundo, o que mais machuca é isso: eu me acostumei a guardar. A segurar as lágrimas até dormir, a engolir o que eu sinto pra não incomodar. E talvez por isso tudo doa tanto — porque eu tô sempre tentando ser forte, mas nem sei mais pra quê. …me forçando a dormir pra fugir dessa realidade, desse escuro que vai tomando conta de tudo dentro de mim. Eu fecho os olhos tentando esquecer, tentando apagar o que sinto, mas é como se esse vazio me acompanhasse até nos sonhos. Me sinto fora de lugar, como se não fizesse parte de nada, como se tudo o que eu tento construir desmoronasse antes mesmo de começar.
Eu lutei tanto pra sair desse lugar — desse buraco que parece me puxar sempre pra baixo — e olha eu aqui outra vez. Sozinha. Sempre sozinha. Até quem eu confio parece cansado de me ouvir. Quando tento desabafar, sinto que incomodo. Fico repetindo as mesmas coisas, perguntando: “eu já falei isso, né?”. E no fim, fico em silêncio, porque percebo que ninguém quer escutar.
É triste perceber que, no fundo, eu não tenho ninguém comigo de verdade. Eu sirvo pra ser o ouvido das dores dos outros, pra acolher, pra escutar. Mas quando é sobre mim, sobre o que tá me matando por dentro, parece que ninguém quer saber. As coisas boas, ninguém compartilha comigo. As ruins, essas sim, sempre chegam até mim, como se fosse o único tipo de coisa que eu merecesse ouvir.
E aí eu me pergunto: será que tá tão na cara assim? Será que eu só sirvo pra isso, pra carregar o peso dos outros e continuar fingindo que tá tudo bem? Às vezes parece que a vida tá gritando ao meu redor, mas ninguém percebe o quanto eu tô gritando por dentro também. Eu só queria, por um segundo, não precisar fugir do mundo pra ter um pouco de paz dentro de mim…eu tô frustrada comigo mesma, sabe? Dói pra caramba admitir isso. Eu tento ser forte, tento manter tudo em pé, mas parece que nada nunca é suficiente. Eu queria ter sido ouvida, só isso — ouvida de verdade, sem ser interrompida, sem alguém mudar de assunto, sem aquele olhar de impaciência. Mas não fui. E isso dói pra krl. Dói num lugar que nem sei explicar direito.
E é por isso que eu tô escrevendo. Porque se eu não colocar pra fora, acho que explodo. Escrevo pra ver se algo dentro de mim sossega, se essa pressão no peito diminui, se esse nó na garganta desata. Eu escrevo pra ver se alivia, se para de me esmagar, de me sufocar.
É foda sentir que ninguém entende. Que mesmo quando eu tento falar, as palavras saem tortas, pequenas demais pra traduzir o tamanho da dor. E aí eu volto pra mim, pro silêncio, pra essa folha, pra essa tela — tentando transformar o que me dói em palavras, pra ver se, pelo menos assim, eu consigo respirar um pouco…então é isso — se eu te mandei isso, não precisa responder, não precisa dizer nada. Só lê. Lê e entende. Tenha consciência de que eu tentei falar, tentei abrir o peito, tentei mostrar o que tava aqui dentro antes que tudo me engolisse de vez.
Não quero conselho, nem julgamento. Só quero que você saiba que eu cheguei no meu limite, que cada palavra daqui veio de um lugar cansado, doído, mas verdadeiro. Eu só precisava ser ouvida — uma vez, pelo menos.
Então, se por um segundo você sentir o que eu tô sentindo agora, já basta. Porque o que eu mais queria era isso: ser entendida sem precisar me explicar.
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